Dia 18 de março de 2024, com uma espera de mais de 2 meses, fui finalmente chamada para realizar mastectomia total esquerda.
Embora seja doente oncológica, diagnosticada desde fins de 2019, a mastectomia nunca foi uma proposta de tratamento. Isto acontece porque, no meu caso, quando se diagnosticou a doença, já havia metástases ósseas.
Ao longo deste processo, que dura já há cerca de 4 anos e meio, fui submetida, primeiro, a uma cirurgia estabilizadora da coluna, radioterapia na coluna e, finalmente, ao tratamento sistémico hormonoterapêutico.
O tratamento tem se mostrado bastante eficaz a controlar a doença. As lesões ósseas estão "adormecidas" e não surgiram focos noutros órgãos. Contudo, verificou-se um aumento gradual do tumor na mama.
Depois do caso ser debatido em consultas de grupo, os especialistas ficaram divididos quanto ao procedimento cirúrgico. Houve os que eram favoráveis a esta proposta, pois alegavam que o tumor deveria continuar a crescer, caso não se removesse, e me provocaria desconforto, dor e, eventualmente, complicações a nível local e axilar. Houve também os mais céticos, que não concordavam com a mastectomia, pois agarraram-se aos dados estatísticos, que demonstravam que em nada me beneficiaria a mastectomia, principalmente, não aumentaria a minha sobrevida.
Fui chamada a tomar a decisão final.
Fez-me sentido a opinião de uma cirurgiã oncológica de carreira reconhecida, tanto clínica como de investigação, do meu hospital público. Optei por fazer a mastectomia.
A cirurgia correu sem complicações. Durante a mesma, fizeram biopsia a gânglios. Saberei o resultado no dia 8 de abril, na consulta com o cirurgião.
Estou em casa, com dreno e sem dores.
Fiz o primeiro penso dois dias após a cirurgia e esvaziamento do dreno (cerca de 170ml).